A Copa do Mundo e a física quântica
"Muita gente se pergunta por que o futebol é um esporte tão fascinante (e, claro, sempre tem quem se pergunta o que faz com que esse monte de gente ache que essa prática tediosa na verdade é fascinante). Então, em ritmo de Copa do Mundo, aqui vai a resposta pessoal e intransferível do mensageiro sideral sobre esse grande mistério do desconhecido.
Acho que o futebol é especialmente incrível porque lembra a mecânica quântica.
OK, agora você se perdeu. Mas vamos lá. Começando, lamento dizer, pela mecânica quântica.
Trata-se de uma teoria que explica como o universo funciona em suas menores escalas -- ou seja, em termos de partículas elementares e das forças trocadas entre elas. Para explicar como um elétron se comporta ao redor de um núcleo atômico, muita gente imagina esse cenário microscópico de forma convencional: o elétron giraria ao redor do núcleo como a Terra gira ao redor do Sol. Um átomo, segundo essa visão, seria um sistema solar em miniatura.
De fato, quando os físicos começaram a imaginar como um átomo seria (lá pelo fim do século 19), foi essa a imagem que eles formularam. Mas logo ela se mostrou insatisfatória --nenhum átomo seria estável dessa maneira, e os elétrons, atraídos pelos prótons no interior do núcleo, acabariam sendo arrastados para lá. Ou seja, o modelo tradicional não funcionava.
Uma nova visão começou a ser formulada a partir de 1900, quando o alemão Max Planck criou o conceito do "quantum" --a noção de que a radiação podia ser mais bem compreendida como uma série de pacotes de energia, em vez de uma coisa fluida. Albert Einstein pegou essa idéia e a levou mais adiante, iniciando a "revolução quântica". Logo, começaram a surgir proposições mais sofisticadas que atribuíam a todas as coisas (vulgo matéria e energia) essa característica quântica.
Na prática, o que isso quer dizer? Não, os físicos não ficaram todos malucos. A única coisa que podemos concluir disso é que a realidade quântica funciona com regras diferentes das nossas --lá tudo é probabilidade, e nada é certeza absoluta. Isso, convenhamos, é muito diferente das leis físicas que regem as coisas em escalas maiores. Se uma maçã se desprender de uma árvore, sabemos que ela caíra, por ação da gravidade. Mais: se ainda nos lembrarmos das aulas de física do colégio, saberemos dizer quando exatamente ela caiu, onde, e com que velocidade e aceleração. Todas as informações imagináveis parecem acessíveis, ainda que exijam alguns cálculos.
"Muita gente se pergunta por que o futebol é um esporte tão fascinante (e, claro, sempre tem quem se pergunta o que faz com que esse monte de gente ache que essa prática tediosa na verdade é fascinante). Então, em ritmo de Copa do Mundo, aqui vai a resposta pessoal e intransferível do mensageiro sideral sobre esse grande mistério do desconhecido.
Acho que o futebol é especialmente incrível porque lembra a mecânica quântica.
OK, agora você se perdeu. Mas vamos lá. Começando, lamento dizer, pela mecânica quântica.
Trata-se de uma teoria que explica como o universo funciona em suas menores escalas -- ou seja, em termos de partículas elementares e das forças trocadas entre elas. Para explicar como um elétron se comporta ao redor de um núcleo atômico, muita gente imagina esse cenário microscópico de forma convencional: o elétron giraria ao redor do núcleo como a Terra gira ao redor do Sol. Um átomo, segundo essa visão, seria um sistema solar em miniatura.
De fato, quando os físicos começaram a imaginar como um átomo seria (lá pelo fim do século 19), foi essa a imagem que eles formularam. Mas logo ela se mostrou insatisfatória --nenhum átomo seria estável dessa maneira, e os elétrons, atraídos pelos prótons no interior do núcleo, acabariam sendo arrastados para lá. Ou seja, o modelo tradicional não funcionava.
Uma nova visão começou a ser formulada a partir de 1900, quando o alemão Max Planck criou o conceito do "quantum" --a noção de que a radiação podia ser mais bem compreendida como uma série de pacotes de energia, em vez de uma coisa fluida. Albert Einstein pegou essa idéia e a levou mais adiante, iniciando a "revolução quântica". Logo, começaram a surgir proposições mais sofisticadas que atribuíam a todas as coisas (vulgo matéria e energia) essa característica quântica.
Na prática, o que isso quer dizer? Não, os físicos não ficaram todos malucos. A única coisa que podemos concluir disso é que a realidade quântica funciona com regras diferentes das nossas --lá tudo é probabilidade, e nada é certeza absoluta. Isso, convenhamos, é muito diferente das leis físicas que regem as coisas em escalas maiores. Se uma maçã se desprender de uma árvore, sabemos que ela caíra, por ação da gravidade. Mais: se ainda nos lembrarmos das aulas de física do colégio, saberemos dizer quando exatamente ela caiu, onde, e com que velocidade e aceleração. Todas as informações imagináveis parecem acessíveis, ainda que exijam alguns cálculos.